Algumas dicas mais clássicas, outras inusitadas e um extra sobre câmbio na Argentina. Aproveite essas sugestões para diversificar seu planejamento de viagem e prepare-se para experienciar mais do que apenas uma lista com o que fazer em Buenos Aires. Vamos?
1. Encontre o bairro ideal para se hospedar




Destaque: Bairro Abasto. Foto 2: Galerias Pacífico à noite, Bairro Retiro. 3. Mercado, Bairro San Telmo. 4. Plaza Vicente López y Planes, Bairro Recoleta.
Fotos: Jade Knorre
Mesmo que Buenos Aires tenha meios de transportes eficientes e baratos e chegar do outro lado da cidade seja relativamente simples, é sempre bom se hospedar em algum bairro que tenha a ver com você. Chegar depois de um dia de passeio e se incomodar com o barulho da rua não é uma opção, certo? Ou até mesmo acordar pela manhã querendo um café e uma medialuna quentinha e simplesmente não ter nada por perto.
Como são muitos bairros e regiões, vamos ajudar você com algumas ideias. Você curte cafés diferentes, bares descolados e mais agito? Palermo Hollywood, Palermo Soho e San Telmo podem ser boas escolhas. Curte estar perto de tudo, mas também gosta de curtir lugares menos turísticos? Palermo Chico, Almagro, Belgrano, Villa Crespo e Retiro são interessantes. Prefere algo mais moderno, com cara de bairro chique? Escolha Cañitas ou Recoleta. Inclusive, nas próximas dicas você pode conferir um pouco mais sobre o que fazer em Buenos Aires e pode ir direcionando de acordo com os seus interesses.
2. Passeie de bike ou a pé




Destaque: Puerto Madero. Foto 2: Estação de Ecobici em San Telmo. 3: Ciclovia em frente à Faculdade de Direito (UBA). 4. Ciclovia na Costanera.
Fotos: Jade Knorre
Alugue uma bicicleta e desbrave Buenos Aires! Talvez a maior preciosidade desse texto esteja nessa dica. A cidade é praticamente plana, com ciclovias na maior parte dos bairros, e o ritmo da bike permite que você conheça mais coisas em menos tempo, ainda assim sem pressa. Você consegue ir tanto aos atrativos mais buscados quanto a lugares escondidos e desconhecidos que nenhum perfil de viagem vai lhe falar sobre. Confie na sua intuição sobre o que fazer em Buenos Aires e crie roteiros mesclando pontos turísticos e deixando espaço pro acaso. Ah, alugar bicicletas pelo aplicativo BA Ecobici geralmente vale mais a pena do que em algum local especializado.
Da mesma forma, caminhar por Buenos Aires é uma ótima pedida. O ritmo é diferente, e permite que você olhe cada detalhe das ruas e dos prédios. Você pode escolher um bairro ou região para conhecer por dia, como sugerimos nos nossos roteiros por Buenos Aires a pé. Um free walking tour também é sempre uma boa pedida e traz curiosidades muito interessantes sobre a região. Dependendo da época (oi, inverno), o clima pode desestimular o passeio a pé ou de bike. Aproprie-se então dos meios de transporte públicos, como trem, metrô e ônibus – são baratos e eficientes.
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3. Experimente as delícias da gastronomia argentina




Fotos destaque, 3 e 4: Jade Knorre. Foto 2: Arquivo Skyscanner.
Dos restaurantes mais premiados a bufês de comida oriental por quilo, você pode tranquilamente organizar um roteiro de 7 dias em Buenos Aires baseado apenas em restaurantes, cafés e mercados para visitar. Um dos queridinhos dos brasileiros é a Parrilla Don Julio, eleito o melhor restaurante de carnes do mundo (provado e aprovado pelo Messi, inclusive). Destacamos também El Tano, parrilla fora do circuito turístico, porém dica de moradores locais. E se alguém é vegetariano ou vegano por aí, não se preocupe, as opções são muitas mesmo no país do asado. Entre restaurantes vegetarianos e veganos em Buenos Aires, destaque para Sacro, El Gordo Vegano e Chuí. Já no quesito pizzas e empanadas, não perca as clássicas pizzarias O Cuartito e Guerrín.
Para a sobremesa, não podemos deixar de citar o flan con dulce de leche e os maravilhosos sorvetes artesanais argentinos, presentes em quase todas as esquinas da cidade. Destaque para os Helados Rapanui e sua invenção mais deliciosa: Franui, framboesas cobertas com chocolates. Por todos os lados há kioskos e mercadinhos de bairro, confeitarias, fiambrerias e queijarias, fruteiras e, claro, supermercados. Mesmo que você pretenda comer fora todos os dias, vale incluir na programação do que fazer em Buenos Aires um passeio em mercados para conferir os bons vinhos a preços baixíssimos (geralmente nos finais de semana há promoções), produtos lácteos (a marca La Sereníssima tem queijos e doces de leite surreais), chás, erva-mate, geleias de frutos patagônicos e outras iguarias do país.
4. Aproveite seu domingo em alguma feira de rua




Destaque e foto 2: Feira de Matadeiros. Fotos 3 e 4: Feira de San Telmo.
Fotos: Jade Knorre.
Já ouviu falar na feira de San Telmo? É uma feira famosíssima que acontece aos domingos, no bairro de mesmo nome, e se estende por muitas e muitas quadras, misturando artesanato, brechós e antiguidades. É bastante turística, e possivelmente onde você vai encontrar lembrancinhas de viagem autênticas e a um preço mais econômico. No passeio pelo bairro da Mafalda, perca-se entre as bancas do Mercado de San Telmo para encontrar algumas delícias da gastronomia argentina.
Se você tiver mais tempo e quiser buscar lugares diferentes para conhecer em Buenos Aires, a pedida é a Feira de Matadeiros. Um pouco mais distante do centro turístico, também aos domingos, Matadeiros preserva a tradição de diversas regiões da Argentina com barraquinhas de comida típica, artesanatos regionais e shows de dança e música folclóricas. Saindo um pouco da área central da feira, você encontra um pouco de tudo, desde produtos no estilo camelô até desapegos de móveis e roupas.
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5. Experiencie o tango em Buenos Aires




Fotos destaque, foto 2 e 4: Jade Knorre. Foto 3: Getty Images.
Quando pensamos o que fazer em Buenos Aires, é impossível não pensar em tango. E você pode ter contato com esse patrimônio argentino de diversas formas, inclusive de forma gratuita e com contribuição espontânea. Entre os lugares pagos e, sem dúvida, mais conhecidos, está o Café Tortoni. Com apresentações de segunda a sexta, o café proporciona um show pago de aproximadamente uma hora. Outros lugares, como o Madero Tango, unem o útil ao agradável e oferecem a programação completa de um jantar-show.
Se você quiser ver uma apresentação de dança e música ao ar livre, é comum encontrar nos bairros e locais mais turísticos como Caminito, em La Boca, na feira de San Telmo e até mesmo na movimentada rua Corrientes. Seja um viajante consciente, colabore sempre com os artistas de rua! Uma alternativa pode ser encontrar bares onde os argentinos se reúnem para tocar clássicos e novidades. Destaque para o Boliche de Roberto, no bairro Almagro, de estilo mais alternativo, onde os músicos se mesclam ao ambiente e ao público em shows de tango espontâneos e divertidos.
6. Relaxe nos parques e praças




Destaque e foto 2: Rosedal de Palermo. Foto 3: Jardim Botânico. Foto 4: Plaza General San Martín, Retiro.
Fotos: Jade Knorre
Por mais que Buenos Aires tenha seus momentos de caos, como todas as metrópoles, é inegável o quão arborizada e cheia de parques e praças a cidade é. E as áreas verdes trazem um pouco de tranquilidade mesmo nos dias mais intensos. Aproveite para passear pelo Jardim Botânico, Jardim Japonês, Bosques de Palermo e Rosedal, mas saiba que as distâncias são grandes, por isso esteja preparado para pernear (ou pedalar) um pouco mais se quiser conhecer todos.
Na região central há pelo menos três praças especialmente interessantes e com atrativos turísticos que potencializam sua beleza: a Plaza Lavalle, onde fica o Teatro Colón; a Plaza del Congresso, local do imponente Congresso argentino; e a Plaza de Mayo, marco político e histórico argentino e ainda cercada por prédios históricos e de governo como a Casa Rosada e a Catedral. Outra região linda é a costaneira. Dividida entre norte e sul, a costaneira é uma região de preservação na qual você pode desfrutar da área verde e da vista para o rio. Há ciclovia em todo o trajeto, o que facilita caso você esteja de bike.
7. Desfrute dos museus em Buenos Aires




Destaque: Centro Cultural Recoleta. Foto 2: Prédios históricos em Buenos Aires. Foto 3: Bairro La Boca, lar do Museu Quinquela Martín. Foto 4: Museu Malba. Fotos: Jade Knorre
Há quem ame e quem odeie a programação museu, porém, é impossível não listar pelo menos alguns museus entre o que fazer em Buenos Aires. Se você estiver em Palermo, saiba que ali pertinho está o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba), lar de “Abaporu”, símbolo do modernismo brasileiro pelas mãos de Tarsila do Amaral, e de obras de artistas como Frida Kahlo, Diego Rivera e Candido Portinari. Caminhando em direção ao bairro Recoleta, destacam-se o Museo Nacional de Bellas Artes, com a maior coleção de arte do país, e o Centro Cultural Recoleta, um espaço artístico em um prédio com mais de 300 anos de história.
No bairro La Boca, destacamos o Museo Quinquela Martín, casa-museu de um dos artistas mais importantes da Argentina. Quinquela, que eternizou em suas pinturas a vida dura dos trabalhadores do porto, buscou retribuir tudo o que o bairro proporcionou a ele criando projetos sociais e de renovação do bairro – se hoje visitamos um bairro organizado, com casinhas coloridas e muito projetos sociais importantes, é graças ao seu incentivo. De toda a forma, Buenos Aires é um museu a céu aberto. Siga a dica número dois e aproveite com calma 🙂
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8. Passe o dia em Tigre




Destaque: passeio de barco em Tigre. Foto 2: Costaneira. 3: Museu de Arte de Tigre. 4: Clube de Regatas La Marina
Fotos: Jade Knorre
A 30 minutos de Buenos Aires, Tigre é uma cidade rodeada por canais dos rios Delta, Tigre, e Luján. O clima da cidade é uma delícia, bem mais tranquilo que o da capital. O destaque aqui é para o rio e seus canais, portanto prefira passear pela orla, ir até o Museu de Arte de Tigre, cujo prédio de arquitetura neoclássica visto de fora já vale a visita, e almoçar em algum restaurante agradável na beira do rio.
Não deixe de fazer passeio de barco para conhecer um pouco do que é Tigre para além do continente: existem muitas casas, comércios e toda uma comunidade que vive nas ilhas do Delta. Essas atividades já seriam o suficiente para um roteiro tranquilo de um dia, mas se você tiver a oportunidade de alugar uma casa ou um hotel nos canais do rio, a experiência vale muito a pena. E dica: a sorveteria Orly Helados y Cafeteria tem um sorvete de doce de leite imperdível.
Dica extra: que moeda levar para a Argentina
Você deve estar ouvindo o quanto está barato para viajar para a Argentina, mas antes que isso vire motivo de festa, vale deixar claro que a desvalorização cambial vai muito além dos preços que vemos em cardápios e lojas da região turística. A Argentina está passando por uma crise econômica fortíssima e sofrendo diariamente com a hiperinflação. Portanto, seja um viajante consciente: é de bom-tom contribuir sempre com pelo menos 10% de taxa de serviço em restaurantes e cafés, e evitar pedir descontos, especialmente para artesãos e em pequenos negócios.
Ao viajar para o país, tenha em mente que existem diversos tipos de câmbios. Para brasileiros, convém trocar reais em agências de câmbio confiáveis que ofereçam a cotação blue. Você pode conferir qual o valor estimado para esse tipo de câmbio no site Cuex, assim você fica por dentro dos valores praticados no momento. Outra opção é criar uma conta Western Union e fazer uma transferência internacional com retirada na Argentina.
Os preços da WU tendem a ser melhores do que os do câmbio blue com moeda física, mas saiba que a retirada do dinheiro pode ser um pouco demorada nas agências Western Union e nos Correios Argentinos (e os correios geralmente têm um limite de saque). Atenção com o câmbio oficial! A sua viagem pode ficar muito cara se você trocar seu dinheiro no aeroporto ou em agências que praticam a taxa oficial – você chega a receber metade do valor pago por um câmbio blue ou WU.